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Trabalhadores da JT realizam ato em “Homenagem à Vida”

Os servidores fizeram um minuto de silêncio e exigiram mais segurança no prédio

Depois de falar sobre falta de segurança no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa e dificuldades nas relações de trabalho, servidores fizeram um minuto de silencio e uma prece em memória do rapaz que cometeu suicídio no dia anterior Foto: Jesus Carlos

Os servidores do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda, participaram de um ato de “Homenagem à Vida” na tarde desta quarta-feira, dia 6. A manifestação foi realizada em razão da tragédia que aconteceu ontem, dia 5, quando um jovem de 23 anos cometeu suicídio no prédio.

Segundo informações da assessoria de comunicação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), não se tratava de servidor ou trabalhador terceirizado do Tribunal. Mesmo assim, o clima ainda era de choque, consternação e dor. O Sintrajud apurou que o rapaz morto era Marcelo Martins da Silva, autor num processo trabalhista.

O caso foi encaminhado para 23º DP (Perdizes), que analisa as imagens do circuito de segurança do Fórum para apuração.

No átrio do Fórum, servidores falaram sobre as condições e relações de trabalho. Eles ressaltaram a falta de estrutura, de segurança e acompanhamento médico e psicológico na instituição.

“Para nós, este é um momento de luto e dor, estamos todos em choque. Nos últimos sete meses, este é o quarto suicídio na esfera trabalhista em São Paulo, o tribunal precisa garantir segurança aqui no Fórum, mas não só isso, é preciso garantir o acompanhamento psicológico dos servidores e atendimento médico aos reclamantes”, afirma o servidor Henrique Sales Costa.

Além dos servidores, usuários também participaram da manifestação. A advogada Maria Luiza Oliveira Concílio, apesar de não ser servidora do Fórum, estava muito emocionada e lembrou a importância de manter o respeito entre os servidores e usuários. “Aqui é um local de justiça, devemos prezar pelo respeito ao próximo, seja servidor, juiz ou usuário”, comenta.

Dia-a-dia

A coordenadora do Sindicato, Inês Leal de Castro, ressaltou os problemas enfrentados no dia-a-dia do tribunal. ”As pessoas vem ao Tribunal para solucionar conflitos nas suas vidas e se deparam com falta de estrutura e de servidores, além de processos que demoram anos para serem resolvidos, precisamos exigir que o Tribunal garanta melhores condições de trabalho”, finaliza Inês.

O psicólogo da entidade, Daniel Luca Dassan, também ressaltou a dor de todos. Ele pondera, entretanto, que pensar na segurança é necessário, “mas é preciso pensar mais a fundo na saúde do servidor”.

Ele avalia que vivemos, hoje, numa sociedade onde muitos sofrem de depressão ou de qualquer outro transtorno psicológico e por conseqüência o consumo de medicamentos é alto. “E até que ponto o Tribunal não contribui para isso?”, questiona. “Com excesso de trabalho, metas inatingíveis, rivalidades entre colegas de trabalho, assédio moral”?

Ao fim do ato, servidores e usuários fizeram um minuto de silêncio e uma prece em memória do rapaz que se suicidou.

Ines Leal de Castro, diretora do Sintrajud, lembrou que o Fórum é um local onde as pessoas vão para solucionar conflitos e se deparam com falta de estrutura e de servidores. Foto: Jesus Carlos

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